sábado, 27 de agosto de 2011

Mad sin.


Mais de ‘mad’ do que de ‘sin’ propriamente dito. Só eu acho que estou cometendo uma loucura? Lembro das palavras dele, “e quem é o louco agora?”. Acho que só de eu estar enfrentando essa rotina, já me torno a mais louca de todas...

E, ainda assim, desistir é impossível. Estou atrelada a esse fato como um ser humano que se crucifica, por vontade própria, a seus deveres de prima, pai, irmão. Amo-a como se fosse minha filha, ou talvez mais que isso. Uma mãe? Um pouco mais próximo, uma mãe com tanto a me ensinar, uma mãe na qual me espelho em busca da perfeição, e mesmo assim uma mãe que está dentro de mim, pulsante como meu próprio coração. Uma mãe que me consome, me exaure, mas me excita, me conquista, me encanta como... Deus! Exatamente como isso. Uma deusa. Uma obsessão. Uma religião.

Meu maior pecado.

Por ele, respondo a todos os processos. Há um momento na minha profissão em que a causa se apaga, digo, a causa original. A vida e a morte. Nós simplesmente tentamos ignorar essa segunda! Se pudéssemos, o ciclo viraria uma linha reta, talvez não no sentido geométrico da coisa, porque um dia ela haveria de terminar (e aí deixaria de ser uma reta rumo ao horizonte)... O que ocorreria se alcançássemos sempre nosso objetivo? O que aconteceria se pecássemos ainda mais, como humanos, como filhos de Deus, e nos interpuséssemos – com a melhor das intenções que Ele nos deu – no meio do nosso próprio caminho? E chutássemos a morte para algum canto úmido e embolorado, totalmente esquecida e perdoada? Justificativas nos fariam menos pecadores? Deus arrepender-se-ia de ter-nos feito dessa maneira?

Nessa corda bamba, já não sei mais diferenciar minha loucura de meus pecados. Sequer vejo sentido em determinar-me dessa maneira. Saberia ser errada apenas. Errada tentando correr pelo caminho certo e nobre. Salvando vidas afogada num mar de sangue e mortes que me cercam dia sim, dia sim. Até que ponto Deus me permite continuar, eu não sei. Se serei (mais) castigada ao final de tudo, eu não sei. O que meu coração me diz para fazer, isso eu sei, com a certeza divina tão oposta ao saber e tão próxima do amor devoto. Sei que sou religiosa agora. Deposito toda a minha fé e o meu amor na vida, e só nela. Ao mesmo tempo em que me acostumo ao mundo em volta de uma maneira totalmente anti-humana, torno-me ainda mais humana no sentido visceral da coisa.

Aos poucos, talvez chegue mais perto do início... Viro essência.

Quem sabe, não seja esse o objetivo afinal de contas.

Pode ser que eu perceba ao final de tudo que não passou de um “mad sin” sem sentido e insuficiente... Mais uma dessas estranhas necessidades da natureza humana. Extraordinário, para o bem ou para o mal. 

Um comentário:

  1. bem, Jo, a verdade é que justificativas não nos redime(m) de nossos erros e não nos fazem menos pecadores. as coisas acontecem, temos que viver com elas. no final, a gente só se arrepende do que NÃO fez.

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